03/03/2023

Um relacionamento com a longevidade 

A longevidade sempre foi muito desejada, porém, quem pensaria que o segredo estaria em priorizar os relacionamentos e as conexões? 

Como seres sociais não podemos evitar relações com outras pessoas.

Afinal, essas relações nos trazem a sensação de conforto e bem-estar. 

Ainda assim, pouco era o conhecimento da ciência por trás desse fato. 

Não há dúvida de que as escolhas de estilo de vida e a genética desempenham papéis importantes tanto em nossa saúde quanto em nossa expectativa de vida. 

Fatores como nossa dieta, nível de atividade, hábitos e nossa genética previnem doenças e afetam a longevidade, porém não é somente isso que influencia a nossa longevidade saudável. 

Continue a leitura e entenda mais sobre as relações e a longevidade saudável.

Como ter um relacionamento com a longevidade? 

A felicidade e a realização pessoal estão na lista de objetivos de praticamente todas as pessoas do mundo. 

Considerando esses fatores, pesquisadores de Harvard resolveram iniciar um estudo em 1938 com 268 veteranos da universidade para poder entender quais fatores influenciam para uma longevidade mais saudável e feliz.

No entanto, após 80 anos de pesquisa, os resultados foram mais do que surpreendentes.

Atualmente, dos 268 participantes originais, apenas 19 estão vivos. Porém, à medida que o tempo passou, o estudo passou a incluir também os familiares diretos dos participantes originais, trazendo um total de mais 1300 participantes.

Colhendo dados a respeito da saúde física e mental de todas as pessoas ao longo dos anos, os pesquisadores perceberam que o que mais influencia para uma vida longa e saudável é a qualidade dos relacionamentos durante a meia idade. 

De acordo com Robert Waldinger, atual diretor do estudo, quando uma pessoa cuida de seus relacionamentos, ela também está cuidando de si mesma.

O estudo revela que, mais do que fama e dinheiro, são os relacionamentos próximos que mantêm as pessoas felizes ao longo da vida. 

Essas conexões ajudam as pessoas a lidar com dificuldades, retardam o declínio físico e mental e são um preditor melhor de uma vida longa e feliz quando comparadas a fatores como classe social, inteligência e até mesmo a genética. 

Os resultados foram consistentes em todas as amostras, desde os universitários originais até os cidadãos inseridos no estudo posteriormente, independente da geração. 

Esses resultados foram obtidos por meio de históricos médicos, centenas de questionários e entrevistas feitas com os participantes. 

Analisando os dados, foi possível perceber que existe uma relação entre a prosperidade na vida das pessoas e a qualidade dos seus relacionamentos com a família, amigos e comunidades.

O estudo mostrou que as pessoas mais contentes com seus relacionamentos aos 50 anos de idade eram também os idosos mais saudáveis aos 80 anos. Enquanto isso, os participantes mais solitários faleceram mais cedo. 

Embora o estudo fale sobre relacionamentos em geral, é provável que certos tipos de relacionamento tenham influência maior do que outros. 

Um exemplo é o casamento. O próprio estudo mostrou que pessoas que eram felizes em seus casamentos sofriam menos quando precisavam lidar com dores físicas, enquanto aquelas que tiveram casamentos infelizes sofriam dores físicas e emocionais com mais frequência.

Vale ressaltar que é a partir dos 30 anos de idade que é possível prever, até certo ponto, como será a saúde de uma pessoa ao envelhecer.

A importância das conexões 

Apesar de o cuidado próprio, incluindo se exercitar, comer bem e entre outros, ser extremamente importante para a longevidade, vários estudos comprovam que o cuidado com o próximo é tão importante quanto o autocuidado. 

Estudos comprovam que pessoas com uma ampla rede social são mais propensas a serem felizes, ter menos problemas de saúde, ter melhor saúde mental e uma longevidade saudável. 

Isso é explicado, pois a segurança e o apoio experimentados em nossas conexões ajudam a acalmar nosso sistema de resposta ao estresse, mantendo afastadas as doenças viciosas relacionadas ao estresse. 

Ainda, estudos comprovaram que a falta de conexão social pode contribuir para ansiedade, depressão e doenças relacionadas ao estresse, como inflamação, diabetes tipo 2 e câncer. 

No geral, o isolamento social pode aumentar nossa taxa de mortalidade em 91% e contribuir para a morte prematura.  

A influência das nossas relações sociais, inclusive as mais simples, como dar bom dia a outros na rua, pode de extremo benefícios para a nossa saúde e qualidade de vida. 

Muito além de todos os efeitos físicos, tem-se o bem-estar psicológico e emocional, nos garantindo uma rede de apoio para quando mais precisarmos. 

Por isso, investir na manutenção dos seus relacionamentos pode ser de grande ajuda quando se busca a saúde e a longevidade. 

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